5.8.14

"Aventura" na Lagoa Comprida | Serra da Estrela


Fui à Serra da Estrela talvez umas 2 ou 3 vezes na minha infância e sempre com neve. Há uns 8 anos voltei lá com um grupo de amigos e fiquei sempre com curiosidade em ver a Serra no Verão.
Na semana passada decidimos ir conhecer as aldeias históricas de Portugal e foi um excelente pretexto para ir à Serra.
Após umas pesquisas na internet decidimos que iríamos fazer alguns trilhos a pé. Queria conhecer as lagoas e achamos que o local ideal para começar seria a Lagoa comprida. Decidimos fazer este percurso que encontramos no site de turismo da serra.
A Serra no Verão é linda. Só vemos penedos e penedos e alguma vegetação rasteira.
Chegamos à Lagoa Comprida e lá iniciamos o nosso percurso a pé. Levamos uma garrafa de água e um pacote com 6 bolachas. Era hora de almoço, mas como achamos que iríamos demorar cerca de 1h-1h30 não levamos mais nada. Estava um dia de muito calor (30º) e como a vegetação é rasteira não há sombras em lado nenhum. Sapatilhas, calções e chapéu, máquina fotográfica e lá fomos nós.

A primeira parte do percurso foi bastante fácil. Circulamos à volta do paredão da lagoa. 

Assim que terminou o paredão encontramos um trilho de terra batida e lá fomos nós, até que a certa altura o GPS nos envia literalmente para o meio dos penedos e do mato. Seguimos por cima dos penedos pois achamos que a qualquer momento iríamos novamente encontrar um trilho, mas nada. Cada vez mais estávamos no meio do nada, e voltar para trás não era opção.

A paisagem envolvente era maravilhosa, mas o facto de andarmos no meio da vegetação e dos penedos, sem qualquer trilho trouxe-me alguns receios. Em alguns momentos achei que teríamos de ligar para o 112 para nos tirarem de lá (de helicóptero, pois de outra forma era impossível). Estava muito calor, tínhamos comido as bolachas logo no inicio do percurso e a água que trazíamos era pouca, mas seguimos em frente, confiantes que íamos conseguir sair dali. Sempre que nos sentíamos mais desorientados e quando não sabíamos qual o melhor local para passar, subíamos aos sítios mais altos e aí vendo a lagoa conseguimos orientarmos. Levamos GPS, pois levamos mas nalguns sítios o GPS mandava-nos para o meio da vegetação e nem sempre dava para passar.

Passadas umas 2h30 desde que tínhamos começado o percurso encontramos mais uma lagoa perdida - a lagoa escura. Aproveitamos para descansar um bocadinho, ao sol, pois claro, mas sempre deu para nos refrescarmos com a água da lagoa.


Encontramos alguns obstáculos tais como ribeiros, zonas com mato (fiquei com as pernas arranhadas), penedos que tivemos que trepar, um ribeiro que atravessamos no meio da água, mas felizmente não nos cruzamos com nenhum animal, pelo menos que eu me tenha apercebido, pois quando atravessávamos a vegetação rasteira, às vezes não dava bem para se perceber onde estávamos a por os pés.

Depois de horas no meio do nada finalmente encontramos um trilho que nos levou até ao local onde tínhamos o carro. Ao todo demoramos quase 5 horas. Quando vejo as imagens ainda não acredito que estivemos mesmo ali. Não dá para perceber nas imagens a imensidão da lagoa nem a altura dos penedos, mas posso-vos garantir que são bem altos.
Se me arrependo de ter andado por ali?! Não, mas se soubesse que ia ser assim ia mais preparada, com calças, comida e mais água. Saímos de lá esfomeados mas maravilhados com a paisagem!

1 comentário:

  1. Que malucos, mas isso sem gps é de loucos.
    As fotos estão fantásticas.
    Beijocas

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